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Eficiência energética gera economia de até 20% por ano na indústria de alimentos e bebidas

Em 11 de agosto de 2022, às 11:10
Linha de produção de biscoitos. Fonte: iStock.

A indústria de alimentos e bebidas – considerada a maior consumidora de energia do Brasil, com 29,8% do consumo nacional, segundo o último Balanço Energético Nacional, divulgado, em 2021, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – poderia, de acordo com simulação realizada pela instituição, economizar até 20% de energia por ano, aproximadamente R$ 119.437,00,  caso adotasse medidas de eficiência como a instalação de inversores de frequência adequados.

Este exemplo é ressaltado pelo Programa PotencializEE, que, liderado pelo MME (Ministério de Minas e Energia) e coordenado pela GIZ (Agência Alemã de Cooperação Internacional), vem realizando um trabalho de conscientização energética junto às pequenas e médias fábricas de São Paulo. Como no caso da indústria de alimentos e bebidas, o PotencializEE acredita que para os benefícios da eficiência energética serem percebidos em grande escala na economia brasileira, alguns segmentos precisariam adotar mais intensamente a transição e otimização dos seu consumo energético.

Redução constante e anual

A implementação da eficiência energética nas indústrias se tornou essencial para a garantia de um futuro sustentável, com as reduções das emissões de carbono e do desperdício de matéria-prima. De acordo com as simulações realizadas pela EPE, para a indústria de açúcar a economia ficaria perto dos R$ 200.000,00 anuais e o gasto de energia poderia cair em 15%, caso fossem utilizados mecanismos de otimização para uma melhor eficiência.

Isto poderia ser obtido a partir da substituição de motores antigos pelos de alto rendimento, por exemplo. Já a indústria de bebidas poderia, com adoção dos equipamentos recomendados, economizar anualmente R$ 556.565,00 e 23% de energia, enquanto a fabricação de açúcar pouparia R$ 518.475,00, no entender da EPE.

Quando se trata da produção de alimentos e bebidas e o quanto este processo consome de energia, o setor continua ocupando o topo da lista, com 22,1% do uso da energia disponível no país, perdendo somente para o setor metalúrgico. Embora utilize majoritariamente o bagaço de cana (74%) como fonte primária, a indústria também se apoia muito na eletricidade (10,30%) e lenha (9,70%), sendo esta última uma fonte não renovável e a primeira das menos recomendáveis de energia renovável.

Fontes de energia diversificadas

Uma análise mais profunda do setor, entretanto, revela que apenas a produção de açúcar – um dos principais produtos de exportação da agroindústria brasileira – utiliza o bagaço de cana como principal fonte de energia. Quase 100% da produção de trigo, por exemplo, usa a eletricidade. O cenário é similar na produção de soja, com quase 80% da produção utilizando os mesmos combustíveis e os outros 20% a optar pela lenha. Vale lembrar ainda que, segundo estudo publicado em 2021 da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, a produção de soja contribuiu para 20% do desmatamento na América do Sul, em 20 anos.

Já na produção de leite, pelo menos 30% da produção escolhe o óleo combustível, enquanto quase 70% das indústrias de ração animal são movidas a lenha. Há destaque ainda para o uso massivo do gás liquefeito de petróleo em quase 100% da fabricação de bebidas e pelo menos 50% da de arroz. Esta última fonte de energia é adotada principalmente por pequenas e médias empresas (PMEs), público-alvo do projeto PotencializEE.

Iniciado em 2020, o PotencializEE oferece o acompanhamento técnico dos profissionais do SENAI nos processos de modernização e manutenção para indústrias, com objetivo de torná-las mais sustentáveis e eficientes. O Programa já apresentou soluções de eficiência energética para os mais diferentes segmentos econômicos e deverá atrair a atenção das indústrias alimentícias de São Paulo, onde atua.

Pequenas medidas, alto impacto

Algumas das medidas sugeridas pelos especialistas do PotencializEE têm impacto imediato na produção de alimentos e bebidas – tornando-a mais eficiente. Elas vão desde a substituição de motores (por maquinário de alto rendimento) à instalação de lâmpadas de LED. Inversores de frequência e a utilização de etanol no sistema de refrigeração para evitar o desperdício de água também estão nesta lista.

Além de impactar positivamente o meio ambiente, a adoção de algumas dessas sugestões pode gerar uma economia tanto de energia quanto de custos para as PMEs. Justo porque elas continuariam produzindo a mesma quantidade de alimentos com menos despesas.

Considerando o ganho financeiro, especialistas do PotencializEE recomendam que PMEs interessadas na Eficiência Energética encarem sua implementação como um investimento que pode dar muito mais retorno, além da economia financeira e energética. Também são vantagens da EE o alinhamento aos princípios ESG pelas empresas, a modernização da produção e, ainda, a melhoria nas condições de trabalho para os funcionários.

Pequenas e médias indústrias de São Paulo interessadas em implementar processos de eficiência energética podem buscar o site do PotencializEE e fazer sua inscrição no Programa. O PotencializEE oferece diagnósticos energéticos gratuitos por especialistas capacitados pelo SENAI. Após a inscrição, eles marcarão uma visita para avaliação gratuita e a elaboração de um plano para tornar a fábrica mais eficiente energeticamente.

Fonte: Programa PotencializEE

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