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Eficiência Energética pode contribuir para indústria da cerâmica poupar quase 25% de energia anualmente
Troca de equipamentos em fábricas também pode reduzir emissão de CO₂ e uso de matéria-prima
Um dos principais objetivos da implementação da Eficiência Energética nas indústrias é reduzir o consumo de energia sem impactar a produção – como divulga o PotencializEE, programa que já conta com mais de 600 pequenas e médias indústrias do estado de São Paulo desde seu início, em setembro de 2021. No setor de cerâmica, o potencial de economia de energia beira os 25% anuais. Mais precisamente 24,72% por ano, segundo dados de um estudo publicado no site ScienceDirect.
O número soma os gastos de energia termal, que pode ser reduzida em 5,612 ktep (tonelada equivalente de petróleo), e elétrica, com diminuição de quase 27 milhões de kWh por ano. Liderado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e coordenado pela GIZ, Agência Alemã de Cooperação Internacional, o PotencializEE reuniu simulações de Eficiência Energética voltadas especificamente para fábricas de cerâmica e vidro. Correspondentes aos números apontados pela pesquisa, os valores potenciais de economia com a troca de equipamentos antigos por mais novos e eficientes impressionam.
Cerâmica vermelha
A instalação de um forno contínuo em uma fábrica de cerâmica vermelha, por exemplo, permitiria uma operação mais uniforme e constante e com menores níveis de perda de calor. De acordo com o fabricante espanhol Monterde, recomendado pelos especialistas certificados pelo SENAI-SP e participantes do PotencializEE, o uso dessa tecnologia pode resultar em uma redução de 50% no consumo de energia. Traduzido em valores, a economia líquida seria de R$ 61,464 mil mensais para um investimento de R$ 205 mil no equipamento, que se pagaria em até, no máximo, quatro meses.
Outra medida de EE que pode ser aplicada na indústria de cerâmica vermelha é a melhoria da combustão por meio do uso de ventiladores nas fornalhas das fábricas. De acordo com dados da Modelagem Setorial de Opções de Baixo Carbono para o setor Cerâmico, a ação tem potencial para reduzir o consumo de combustível em 15% e de lenha em 20%.
Cerâmica branca
Já numa fábrica de cerâmica branca, uma das propostas de EE do PotencializEE sugere a cogeração em plantas de pisos e revestimentos de uma fábrica. Com a produção simultânea de energia elétrica e térmica a partir de um mesmo combustível, o ganho em eficiência energética pode atingir 85%. Analisando um caso mais específico, a cogeração com turbogerador para secagem de argila em plantas de produção de pisos e azulejos por via seca poderia pode ser reduzida em 41,8%, segundo cálculos da Modelagem Setorial de Opções de Baixo Carbono para o setor cerâmico.
Vidro
No caso da indústria de vidro, um dos cenários de implementação de EE com resultados imediatos é a troca de tubulações para a melhoria da distribuição de ar comprimido, com potencial de economia de R$ 45 mil por ano em eletricidade e cujo investimento seria pago em menos de um ano.
De acordo com dados de 2018 do META, para os três setores – cerâmicas vermelha e branca e vidro -, a troca de lâmpadas de LED e instalação de telhas translúcidas em suas instalações pode gerar uma economia de 63,52% de consumo de eletricidade.
Dados nacionais
No Brasil, a indústria de cerâmica e vidro consome 4.721 ktep anualmente, sendo 0,046 tep/t usados pela cerâmica vermelha, 0,098 tep/t pela branca e 0,24 tep/t pela de vidro. O consumo de energia do setor de fabricação de cerâmica e vidro concentra-se, principalmente, na demanda de insumos para produção de energia térmica, como gás natural, carvão, lenha e cavaco. Já a eletricidade desempenha um papel secundário na atividade dessas indústrias.
Mas a implementação de EE nas indústrias do setor não se limita apenas à diminuição expressiva nos gastos com os mais diferentes tipos de energia. Os benefícios proporcionados para as atividades de uma fábrica do ramo incluem a redução de emissão de carbono, a melhoria no consumo de matéria-prima e manutenção dos equipamentos, além do aumento na qualidade e segurança dos processos de fabricação.
PMEs de cerâmica e vidro do estado de São Paulo interessadas em alcançar esses números podem agendar uma visita técnica sem custo com um dos especialistas do PotencializEE no site do programa. Após o pré-diagnóstico, o processo de implementação de EE é acompanhado até o fim pelos mesmos profissionais, que garantem que os objetivos estipulados no plano serão alcançados com o suporte técnico de profissionais do SENAI-SP.