A estamparia Salete, indústria de médio porte de Cajamar (SP), descobriu a oportunidade de economizar mais de R$ 1 milhão por ano e evitar a emissão de quase 15 mil toneladas de carbono equivalente.  A estimativa é resultado de um diagnóstico de eficiência energética realizado pelo Programa PotencializEE e SENAI.

As soluções apontadas pela equipe de especialistas incluem a instalação de bombas de calor para o aquecimento da água usada no processo industrial, bem como um projeto piloto de geração de biogás na estação de tratamento de efluentes que a indústria possui.

“Junto com a GIZ, o PotencializEE e o SENAI, a Estamparia Salete está conhecendo novas tecnologias do mercado e vendo como podemos contribuir para a redução de CO2, em nível nacional e global, usando máquinas mais modernas, que têm o menor consumo de energia e que usam menos os nossos recursos hídricos”, disse Eliana Reani, gestora de recursos hídricos da Estamparia Salete.

“Estamos orgulhosos de fazer parte deste trabalho importante para nos tornar mais competitivos e para trazer energia mais limpa para dentro da indústria”, completou Mônica Cristina Teixeira da Silva, diretora executiva da Estamparia Salete.

Segundo estudo divulgado pelo Brasil Mais Produtivo, as indústrias que adotam medidas de eficiência energética conseguem economizar, em média, 34% dos gastos com energia. Considerando o alto custo, essas iniciativas ajudam a impulsionar o crescimento, a lucratividade e a competitividade de PMEs.  Outra vantagem importante para os negócios é o fato de que a eficiência energética contribui para uma produção mais sustentável, o que atrai consumidores e investidores que priorizam a responsabilidade ambiental.

Cases de Eficiência energética – Estamparia Salete

Bomba de calor e eficiência energética

A utilização de uma bomba de calor na operação da Estamparia Salete é uma das intervenções mais importantes identificadas pelo diagnóstico do Programa PotencializEE.

A bomba de calor é um dispositivo que opera em um ciclo termodinâmico, que a torna mais econômica que os sistemas de aquecimento tradicionais. Seu Coeficiente de Performance (COP) é maior que 1, ou seja, a quantidade de energia térmica gerada é maior que a quantidade de energia elétrica consumida. Uma bomba de calor com COP 3 produz três vezes mais calor do que a eletricidade que consome, por exemplo.

Bombas de calor são comumente usadas em processos industriais que requerem água quente ou vapor. Esse tipo de equipamento recupera o calor residual das operações e o reutiliza para gerar energia, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis e a emissão de gases de efeito estufa.  Ou seja, menos custos com energia e menos impacto ao meio ambiente.

Outra vantagem financeira é a redução dos custos de manutenção, já que as bombas de calor são mais duráveis do que outros sistemas de aquecimento. Além disso, elas também não emitem cinzas na atmosfera – mais um ganho ambiental que eleva o patamar de sustentabilidade da indústria.

Vale ressaltar que uma bomba de calor também pode ser usada com finalidade inversa, ou seja, para reduzir temperaturas. A tecnologia pode ser usada como solução de eficiência energética em sistemas de ar-condicionado e em processos industriais que requerem resfriamento.

Biogás: como gerar e por que é mais sustentável?

O biogás é produzido a partir da decomposição anaeróbica de matéria orgânica, como resíduos agrícolas, dejetos animais, resíduos alimentares ou, como no caso da Estamparia Salete, resíduos orgânicos do seu processo produtivo que são encaminhados para uma estação de tratamento de efluentes (ETE) existente na planta industrial.

O tratamento de efluentes é o processo de limpeza e purificação de águas e efluentes líquidos residuais gerados em atividades industriais ou agrícolas, antes de serem descartados no meio ambiente. Além de ser fundamental na preservação dos recursos hídricos, esse processo tem grande potencial de produção de biogás.

O biogás é uma fonte de energia renovável que pode ser usada para gerar eletricidade e calor, ou seja, é uma excelente alternativa para diminuir o uso de combustíveis fósseis e, consequentemente, reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Eficiência energética na indústria têxtil: economia de água e luz

O setor têxtil está entre os 10 maiores consumidores de energia do país, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Somente por energia elétrica, a demanda é de 5,7 GW por ano. Estima-se que medidas de eficiência energética podem gerar uma economia de energia de 34%, em média, para PMEs deste segmento.

Além da economia de energia, é possível reduzir o desperdício de água potável em até 20% com a implementação de medidas de eficiência energética indústrias do setor, segundo o Balanço Energético da EPE.

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O Programa PotencializE e o SENAI oferecem gratuitamente um pré-diagnóstico de eficiência energética para PMEs industriais situadas no estado de São Paulo. A partir dessa avaliação preliminar, o programa pode ajudar a viabilizar a obtenção de linhas de crédito para a implementação dos projetos.

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