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Mentoria para engenheiras promove empoderamento e liderança feminina na transição energética
No mês do dia internacional da engenheira, data celebrada em 23 de junho, o Programa PotencializEE iniciou o projeto “Mentoria para Mulheres da Eficiência Energética”, elaborado para diminuir a desigualdade de gênero no setor, aumentar a equidade de oportunidades e auxiliar na superação de barreiras pessoais e profissionais, como a sobrecarga da dupla jornada de trabalho e o posicionamento delas em equipes masculinas. O primeiro encontro contou com a presença da coordenadora geral de Eficiência Energética do Ministério de Minas e Energia, Samira Sana, que é engenheira eletricista.
“A motivação de estarmos todas juntas é muito grande. É muito relevante trazermos mulheres engenheiras para dentro do Programa PotencializEE, que é uma iniciativa estratégica para nós do ministério. EE é um setor bastante masculino, mas a gente tem tido a satisfação de ampliar esses horizontes”, comentou Samira.
Com duração de três meses, a iniciativa do PotencializEE, coordenado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), tem como objetivo fomentar o protagonismo feminino na transição energética, em especial na área de Eficiência Energética.
“A ideia do projeto é incentivar a liderança feminina, despertando nas profissionais o empoderamento para estarem em pé de igualdade com os colegas do gênero masculino”, ressalta o diretor do PotencializEE, Marco Schiewe. Ele lembra que a Mentoria prioriza o acesso e permanência das mulheres no mercado da EE. “A primeira ação do programa voltada para o público feminino foi estabelecer uma meta inclusão de, ao menos, 30 engenheiras no curso de especialização de eficiência energética implementado em parceira com o SENAI”, ressalta.
Capacitação e desenvolvimento de carreira
Dividida em três módulos, a mentoria oferece o aprendizado por meio da junção de teoria (aulas) e prática (mentoria) utilizando a Metodologia Ativa, o Action Learning e o Visual Thinking.”Queremos que as mentorandas participem ativamente da construção do conhecimento, por meio de um processo de aprendizagem crítica de “dar sentido a um conhecimento” e, a partir dele, desenvolver a compreensão por meio de experiências”, explicou a Carolyna Crepaldi, coordenadora do projeto de “Mentoria para Mulheres da Eficiência Energética” pela GIZ.
Após a conclusão das aulas, cada participante receberá uma mentoria individual e personalizada para estruturação de uma estratégia de desenvolvimento de carreira, tendo a oportunidade de colocar em prática o que foi aprendido em cada módulo. Além disso, serão convidadas a participar de uma palestra inspiradora que será ministrada por profissionais reconhecidas no mercado de EE e também na área de desenvolvimento humano.
A primeira aula realizada no dia 7 de junho deixou as engenheiras animadas. Icoana Laís Martins, 31 anos, mestranda na área de Energia e Sustentabilidade e também consultora de Eficiência Energética PotencializEE se sentiu valorizada.
“Acredito que esta mentoria me fará acreditar mais no meu potencial como engenheira. Estive em uma empresa do setor de Eficiência Energética por alguns meses e durante esse período duvidei se eu tinha capacidade ou não para atuar na área. Espero desenvolver autoconfiança diante de algumas situações, principalmente no meio masculino, e perceber que a dor que sinto é a mesma de outras mulheres no setor de energia e que compartilhando nossas histórias possamos nos fortalecer”, desabafou Icoana.
As mulheres na Engenharia
Segundo o último Censo de Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação, apenas 37,3% dos formandos em cursos de graduação de engenharia, produção e construção são do gênero feminino. Já ao analisar os dados ao longo de quatro décadas, apenas 4% do total de profissionais da engenharia no Brasil eram mulheres. Ao mesmo tempo, o Censo aponta que as mulheres já chegam atualmente a ser maioria em cursos como engenharia de alimentos (62%) e bioprocessos/biotecnologia (59,4%).
No mercado de trabalho, a desvantagem continua. Pesquisa sobre o Panorama da Indústria de Transformação Brasileira, elaborada pela Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), edição de 2019, mostrou que o setor é responsável por 22.786 empregos formais. Desse total, as mulheres ocupam apenas 27,83% das vagas. Elas são 35% na lista de empregos formais no setor de alimentos, 26% na indústria química e 45%, na farmacêutica.