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Pesquisa FIESP/FIA ressalta eficiência energética para ESG
Sétimo episódio do programa PotencializEE Convida fala sobre o ESG nas indústrias de São Paulo com as especialistas Liv Nakashima Costa e Monica Kruglianska
Um dado alarmante sobre a adesão de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) industriais brasileiras às estratégias ESG foi revelado em uma pesquisa realizada pela Fiesp e pela FIA Business School. De acordo com o estudo, somente 41% das PMEs concordam que fazem parte de diretrizes ambientais, sociais e de governança, também conhecidas pela sigla ESG, no país.
“Quando olhamos para as grandes indústrias, o número sobe para 75%. Não é uma surpresa porque elas possuem mais recursos e são mais pressionadas pelos investidores e o mercado internacional para integrarem as estratégias ESG”, afirma a coordenadora da FIA Business School, Monica Kruglianskas.
Ao lado de Liv Nakashima Costa, especialista em Meio Ambiente da Fiesp, a professora doutora participou do 7º episódio PotencializEE Convida, programa apresentado pela jornalista Juliana Rangel. Com o tema “ESG nas indústrias paulistas”, o bate-papo já está disponível no YouTube, no canal do Programa PotencializEE, liderado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e coordenado pela GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit), Agência Alemã de Cooperação Internacional.
Por parte dos investidores, o incentivo para pequenas e médias empresas aderirem à sustentabilidade também é tímido, não ultrapassando os 30%. Mas o cenário deve mudar em breve com uma maior preocupação de grandes investidores com as mudanças climáticas.
“O setor financeiro vai fechar a torneira para quem não estiver alinhado ao ESG. É possível que, no futuro, uma empresa emissora de gases do efeito estufa (GEE) não consiga crédito por não estar de acordo com os critérios que o mercado nacional e internacional vem adotando. No Brasil ainda estamos bem longe do ideal quando se fala em ESG, mas
as empresas já estão se preparando para essa adaptação, para não acabarem excluídas do setor financeiro”, aponta Monica.
De acordo com Liv, a primeira adaptação que deve ser avaliada pelas indústrias é a implementação da eficiência energética, promovida pelo PotencializEE para PMEs industriais de São Paulo, em parceria com o SENAI.
“Fazer economia de energia está diretamente ligado à redução dos gases do efeito estufa. Ela deve vir em primeiro lugar porque, antes mesmo de mudar a matriz energética, a eficiência energética propõe uma reflexão sobre o gasto de energia. Quando se aplica a eficiência energética, você contribui para o pilar ambiental do ESG”, explica a pesquisadora da Fiesp.
Por meio do PotencializEE é possível reduzir o consumo de energia de uma PME industrial do Estado de São Paulo em até 30%, a partir da implementação de um plano de eficiência energética proposto gratuitamente por um especialista certificado, realizada após um pré-diagnóstico energético que pode ser agendado no site da iniciativa.
“A eficiência energética é um investimento que tem um retorno rápido para o setor produtivo. Ela possibilita que uma empresa utilize os recursos economizados em outras áreas, inclusive para outros pilares do ESG”, garante Liv. Monica reforça: “Uma empresa que ainda não implementou eficiência energética está perdendo dinheiro. Os processos de troca de equipamento, nova geração de energia e aquisição de tecnologias mais recentes dão retorno muito rápido e, quando uma indústria não adere à mudança, está deixando de ser competitiva porque o mercado já está com o olhar voltado para essa questão. É uma tendência que só tende a crescer e, por isso, as PMEs industriais têm que olhar para esse cenário também.”
No entanto, a pesquisa, que consultou mais de 200 indústrias do Estado de São Paulo, identificou que um dos maiores entraves para as PMEs industriais se alinharem ao ESG é a falta de conhecimento sobre o assunto. “Elas não sabem nem por onde começar. Um dos grandes desafios é explicar para as PMEs industriais como tudo funciona. O efeito em cascata, a agenda global e como ela afeta a realidade deles. Essas indústrias menores não possuem capital para investir em informação como as grandes indústrias. Então, elas precisam de ajuda”, observa a coordenadora da FIA. PMEs industriais de São Paulo que se enquadram aos critérios do PotencializEE recebem subsídios para a implementação de eficiência energética. Desde que foi iniciado, em setembro de 2021, o programa PotencializEE já recebeu mais de 600 inscrições de empresas industriais em 10 regiões de São Paulo para serem beneficiadas com ações que promovem, além da redução de custos operacionais com energia, a reindustrialização de baixo carbono, o aumento da competividade e a geração de novos empregos verdes. A meta do PotencializEE é atender 1 mil empresas até 2024 com diagnósticos e implementar 425 projetos de eficiência energética. Com isso, há previsão de redução de emissão de 1,1 milhão de toneladas de CO² por essas companhias, combatendo as mudanças climáticas e recolocando a indústria brasileira na competição do mercado mais exigente quando o assunto é o meio ambiente.