Apontada como primordial na descarbonização da indústria, a eficiência energética foi debatida durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, realizada em Dubai. A GIZ, Agência Alemã de Cooperação Internacional, participou do painel intitulado ” Centralidade dos pequenos negócios na governança climática” para apresentar o  PotencializEE, programa que oferece apoio às pequenas e médias empresas industriais do estado de São Paulo na adoção de medidas que visam a redução do consumo de energia, resultando na mitigação das emissões de gases de efeito estufa.

Pequenas e médias empresas (PMEs) representam 90% das empresas mundiais e são responsáveis ​​por entre 60 e 70% das emissões globais de carbono. Para as grandes indústrias, que têm essas empresas em suas cadeias de valor, a descarbonização de seus fornecedores é fundamental para o alcance de suas metas de zerar as emissões líquidas de carbono, chamada “Net Zero”. A cadeia de suprimentos representa o “Escopo 3” do Protocolo de Gases de Efeito Estufa, que abrange todas as emissões indiretas decorrentes da produção. Apenas 9% das grandes empresas na América Latina medem essas emissões, de acordo com o Carbon Disclosure Project (CDP), uma organização britânica sem fins lucrativos que visa mensurar informações sobre emissão de carbono em corporações de todo o mundo.

“Se comparado a outros setores e países, o índice de eficiência energética da indústria brasileira tem grande potencial para aumentar. A idade média das máquinas industriais no Brasil é de 14 anos, enquanto a dos americanos e alemães gira em torno de apenas cinco. O PotencializEE apresenta para PMEs melhores práticas e tecnologias de eficiência energética e apoia essas empresas na realização de investimentos em maquinário mais eficiente e na adoção de soluções inovadoras em energia térmica, fator preponderante para mitigar as emissões nos processos industriais”, explicou Marco Schiewe, diretor da GIZ.

Eficiência energética no Acordo de Paris

De acordo com a Agência Internacional de Energia, os países devem dobrar os níveis de eficiência energética para alcançarem as reduções de emissões necessárias para cumprirem os objetivos do Acordo de Paris de 2015 e evitar os piores impactos do aquecimento global. Dobrar o progresso em termos de eficiência poderia reduzir as contas de energia em um terço e representar 50% das reduções de emissões até 2030.