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PotencializEE propõe aperfeiçoamentos no Programa de Eficiência Energética da ANEEL a fim de valorizar a indústria brasileira

Em 26 de janeiro de 2023, às 13:59

PEE realizou apenas 42 projetos de EE para setor industrial desde sua criação há 20 anos

Documento que será elaborado após os workshops vai sugerir mudanças para Programa de Eficiência Energética da ANEEL

Considerado a principal iniciativa de Eficiência Energética industrial do Brasil pela Agência Internacional de Energia, o PotencializEE – programa liderado pelo Ministério de Minas e Energia e coordenado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) – está contribuindo com discussões para aprimorar do PEE (Programa de Eficiência Energética) da ANEEL sob a perspectiva do setor industrial.

Para isso, foi realizado no dia 18 de janeiro, em São Paulo, o primeiro de uma série de cinco workshops. Neste primeiro, estiveram presentes representantes do SENAI, de Empresas de Serviços de Energia (ESCOs) e da ABESCO (Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Conversação de Energia) para discutirem sobre esses possíveis aperfeiçoamentos.

Criado 20 anos antes do PotencializEE, o Programa de Eficiência Energética (PEE) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) promove o uso eficiente da energia ao exigir, por meio da Lei nº 9.991, que concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica apliquem anualmente 0,5% de sua receita em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico.

Ao longo de duas décadas, o PEE realizou mais de 1000 projetos em diversos setores da economia. No entanto, somente 42 – pouco mais de 4% – foram voltados para a indústria, maior consumidora de energia no país, com 32,2%, segundo o Balanço Energético Nacional de 2021 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 

Marco Schiewe, diretor do PotencializEE, na abertura do primeiro de cinco workshops

“Devemos estimular as indústrias e mostrar a quantidade de desperdício de dinheiro e oportunidades que temos. Eu espero que, em 2023, a gente possa realizar uma virada na Eficiência Energética industrial no Brasil, porque é um tema urgente e que não pode mais esperar”, defendeu Rodrigo Aguiar, conselheiro da ABESCO e diretor da AGES Consultoria.

Rodrigo Aguiar fala do cenário da EE nas indústrias em 2023

Atualmente, cada distribuidora de energia tem liberdade para determinar em quais projetos esse recurso será destinado. A maioria acaba sendo direcionada para serviços públicos, como iluminação das ruas, apesar do consumo nacional de energia nesse segmento ser de apenas 4,7% do total, de acordo com dados do Balanço Energético Nacional.

Diretor da Gestor Participações, José Otávio acredita que a mudança na legistação é indispensável para acabar com a resistência das distribuidoras de energia para financiar projetos de Eficiência Energética no setor industrial: 

“É preciso ajustar a legislação para tornar o programa mais atrativo para as indústrias brasileiras, incluindo benefícios de produtividade e de economia, além da redução de encargos para financiamento. Da forma como está, esses encargos acabam sendo um grande obstáculo para mais adesões”.

Outro ponto que torna ainda mais necessário o aperfeiçoamento do PEE da ANEEL é a diminuição da oferta de financiamento de projetos de Eficiência Energética na indústria brasileira, observada pela diretora da Deode Inovação e Eficiência, Denise Sanches de Melo.

“Esses recursos vêm reduzindo bastante desde o ano passado, apesar das indústrias precisarem desse aporte. Projetos de eficiência energética mais robustos precisam de um aporte inicial geralmente alto, mesmo que garantam o retorno financeiro. Sem dinheiro não há como reverter essa situação”, explica.

Potencial de diminuição de consumo de energia

Dados da ANEEL apontam que foram realizados cerca de 4 mil projetos de Eficiência Energética de 1998 até 2015 pelas distribuidoras de energia, todos pelo Programa de Eficiência Energética. Ao todo, o investimento chegou a R$ 5,7 bilhões e garantiu a economia energia de 46 TWh, com uma demanda retirada da ponta de 2,3 GW.

A expectativa é que, com a adoção de projetos de implementação de Eficiência Energética, com recursos que já estão disponíveis e são subutilizados, pode-se diminuir consideravelmente os impactos das indústrias ao meio ambiente, além de uma melhora na competitividade e redução de custos na produção.

O Programa de Eficiência Energética (PEE) tem o objetivo de promover o uso eficiente da energia elétrica em todos os setores da economia. Já o Programa PotencializEE é voltado exclusivamente para pequenas e médias indústrias do Estado de São Paulo. Após a inscrição, a empresa vai receber a visita de um especialista do SENAI-SP, que fará

uma avaliação inicial gratuita. Caso a instituição se enquadre no critério de PMEs, ela pode

receber subsídio de 67% da GIZ (Agência Alemã de Cooperação Internacional) para receber um diagnóstico completo de eficiência energética.

Discussões sobre o PEE da ANEEL continuam

O encontro de São Paulo foi o primeiro de cinco workshops que vão analisar e discutir como melhorar o Programa de Eficiência Energética da ANEEL para incentivar a  participação das indústrias. No dia 24, aconteceu também a edição online do evento. Já no dia 31 de janeiro, o encontro será presencial em Belo Horizonte, em Minas Gerais, com participação de representantes de Indústrias e Federações. Eles também serão o foco do workshop online realizado no dia 2 de fevereiro. A agenda de eventos se encerra no dia 8 de fevereiro, em um evento híbrido para Distribuidoras de Energia que será sediado em Brasília. Após a realização da maratona de workshops, o PotencializEE vai compartilhar os resultados das discussões em novas datas.

Fonte: Programa PotencializEE

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