De acordo com o Anuário Estatístico de Energia Elétrica, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a indústria têxtil ocupa o oitavo lugar no ranking dos setores produtivos que mais consomem energia no Brasil. Avançar em direção a práticas de produção mais sustentáveis e eficientes torna-se fundamental para a resiliência dos negócios, sobretudo para pequenas e médias empresas. Vale lembrar que alto custo da energia é o principal desafio para o crescimento da indústria de São Paulo, como apontou um estudo recente da Fiesp.

Neste cenário, o setor pode dar um passo importante em direção a uma produção mais sustentável e eficiente. Com o programa PotencializEE, liderado pelo Ministério de Minas e Energia e coordenado pela GIZ, pequenas e médias indústrias do setor podem economizar cerca de 34% dos custos com energia, além de colaborar para a redução de emissões de gases de efeito estufa e, consequentemente, para a mitigação da crise climática.

“O setor têxtil está nesse momento inserido numa agenda extremamente ampla relacionada ao meio ambiente. O programa PotencializEE vai ao encontro dessa nossa agenda, porque reduzir o uso de insumos é um preceito fundamental, não só para a sustentabilidade, como para a eficiência, competitividade e produtividade. Então, o programa tem todo o nosso apoio, a nossa dedicação, pois ele vai trazer um elemento central, que é fazer mais com menos. E, com isso, ajudando a natureza, evitando que a gente continue sacando o cheque especial dos recursos naturais que nós temos”, declarou Fernando Pimentel da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

Leia também: Indústria do setor vestuário de SP pode economizar R$1M e evitar 8.625 tCO2eq com mais eficiência energética

Como investir em eficiência energética

O ponto de partida para orientar uma gestão energética eficiente é a identificação de oportunidades de melhorias nos processos da empresa que incluem uso da energia. Para isso, é necessário realizar um diagnóstico energético abrangente, que tem como principal objetivo fornecer uma compreensão completa do consumo de energia em todas as instalações, ambientes, máquinas e equipamentos. Por meio do PotencializEE, as empresas participantes conseguem esse estudo com subsídio de 60%. O trabalho é feito por especialistas do SENAI-SP.

Ao concluir o diagnóstico, um relatório é elaborado, apresentando os resultados da análise dos dados coletados. Este relatório inclui uma análise das oportunidades de eficiência energética identificadas, recomendações específicas para implementar as ações propostas e uma estimativa das economias financeiras esperadas.

Para implementar o projeto de eficiência energética, o PotencializEE oferece apoio para obtenção de linhas de crédito mais acessíveis e com menos exigências. Por meio do Desenvolve-SP, por exemplo, que gerencia um Fundo Garantidor próprio do PotencializEE, é possível financiar 80% dos custos. Desde a contratação até a aquisição e instalação das tecnologias sugeridas pelo programa e escolhidas pela indústria, as empresas contam com o suporte de profissionais capacitados para garantir o sucesso de seus projetos de eficiência energética.

“É muito importante que as indústrias, principalmente as pequenas e médias, tenham a possibilidade de ter esse diagnóstico sobre a sua eficiência ou ineficiência energética, para que ela possa fazer os próximos passos e ter acesso ao financiamento previsto dentro do programa. Não só pelo aspecto econômico para as indústrias, porque ela vai obviamente impactar diretamente e positivamente na diminuição de custos de fabricação, mas também para a própria sociedade. Então, é o círculo virtuoso que se faz em torno dessa matriz energética positiva. Então, eu recomendo firmemente que as indústrias participem do programa”, disse Júlio Scudeler, presidente do Sinditêxtil SP.

Sobre o Programa PotencializEE

O PotencializEE é um programa de cooperação Brasil-Alemanha que promove eficiência energética em pequenas e médias empresas industriais do estado de São Paulo. A iniciativa é liderada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), coordenado em parceria com a GIZ Brasil e executado em parceria com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

Também são parceiros o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). No setor da indústria, apoiam o programa: a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a ABESCO (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia), e o Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica). Entre os parceiros financeiros estão: Desenvolve SP (Banco do Estado de São Paulo) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), entre outros bancos privados.

Inscreva sua empresa. O pré-diagnóstico é gratuito.