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Entenda como o gerenciamento de energia pode reduzir custos
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● Gerenciamento de energia é o processo de controlar, monitorar e otimizar o uso de energia em uma empresa ou edifício.
● Isso inclui identificar fontes de desperdício de energia, implementar medidas para reduzir o consumo de energia e acompanhar o desempenho para garantir que as metas de economia de energia sejam alcançadas.
● O objetivo final é aumentar a Eficiência Energética e reduzir os custos de energia.
● Especialistas do PotencializEE analisam dados e indicam para pequenas e médias indústrias de São Paulo como fazer a melhor gestão de energia em suas instalações.
Com o aumento gradual e expressivo dos custos com o consumo de energia na produção, o uso eficiente desse insumo se tornou fator decisivo para o desempenho da indústria brasileira. Nesse sentido, o gerenciamento de energia envolve uma análise contínua de dados com o objetivo de determinar a melhor forma de consumo de uma empresa. Entre os benefícios, estão a redução do desperdício de recursos naturais de instalações, além da otimização de processos de produção e economia de custos com energia.
Responsável pelo consumo de 32% da energia produzida no Brasil, a indústria ainda tem um longo caminho a percorrer até ser considerada totalmente eficiente. Em indústrias de grande porte o gerenciamento apropriado de energia já pode ser considerado uma realidade. Por outro lado, o mesmo ainda não acontece com as pequenas e médias indústrias (PMEs).
Foi com o objetivo de estimular a expansão da Eficiência Energética entre as PMEs no estado de São Paulo que foi criado em 2020 o PotencializEE, programa liderado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e coordenado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ).
O programa realiza diagnósticos nas empresas, conduzidos por especialistas certificados pelo SENAI-SP e com o uso de equipamentos como analisadores de grandezas elétricas, termovisores, analisadores de gases. A partir da aplicação desses recursos tecnológicos, são identificados desperdícios e melhorias que podem ser implementadas em fábricas, resultando em recomendações para um melhor gerenciamento de energia.
A partir da análise dos dados obtidos, é possível entender o comportamento de consumo de cada equipamento, de forma a produzir informações precisas de utilização de recursos naturais, como energia elétrica, gás, vapor e outros.
“Esses equipamentos nos ajudam a identificar onde é preciso fazer melhorias numa indústria. Com o termovisor, por exemplo, conseguimos analisar a perda de calor com o ambiente e identificar problemas de isolamento em câmaras frigoríficas. Todos esses problemas podem resultar em maior consumo de energia”, explica a engenheira elétrica Ana Carolina de Paula Cruz, que trabalha com Eficiência Energética há quatro anos e faz parte da equipe do PotencializEE.
Além de uma análise inicial, oferecida gratuitamente pelo PotencializEE, o trabalho de gerenciamento de energia é desenvolvido com a implementação de sistemas de medição e controle para aumentar a eficiência dos equipamentos a longo prazo. Isso envolve uma análise constante dos níveis de energia e possíveis janelas de aproveitamento de redução de desperdício e otimização.
No final, o diagnóstico energético possibilita o planejamento detalhado de um projeto de Eficiência Energética. Embora os custos de implantação sejam relativamente elevados, o investimento é geralmente compensado em um ano e torna uma empresa mais competitiva, uma vez que os custos de produção caem.
Melhores práticas de consumo de energia na indústria
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Algumas medidas para um melhor consumo de energia numa indústria independem de um grande projeto de Eficiência Energética. Algumas soluções são simples, e vão desde aproveitar mais a luz natural para diminuir o consumo e substituir todas as lâmpadas incandescentes por de LEDs a pintar ambientes de cores mais claras e planejar ambientes com ventilação natural, para redução de gastos com ar condicionado.
Além disso, para quem quer investir um pouco mais, deve-se considerar, também, o uso de fontes renováveis e alternativas. A instalação de painéis solares, por exemplo, tem crescido a cada ano nos setores privados e públicos, com potencial para se tornar a segunda fonte de energia mais usada no Brasil.
Conheça 10 boas práticas de eficiência energética na indústria
Lançado em outubro pelo PotencializEE, o guia técnico “Eficiência Energética na tomada de decisão” recomenda práticas importantes de consumo de energia nas indústrias:
- Sempre fazer a operação correta dos equipamentos e sistemas.
- Substituir equipamentos ultrapassados, que consomem um alto nível de Energia, por novos equipamentos com classificação alta em eficiência.
- Sincronizar os sistemas de produção evitando operações de equipamentos em vazio e/ou perdas de matéria prima.
- Realizar a manutenção periódica de equipamentos e sistemas.
- Adotar uma política de gestão de eficiência energética na empresa, que vise recompensar os esforços dos colaboradores no tema.
- Aplicar técnicas como Lean Manufacturing, que tenham indicadores claros de redução de consumo de energia.
- Considerar seu nível de eficiência, devendo ser pelo menos um modelo IR3.
- Só adquirir motores que tenham a etiqueta do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), coordenado pelo Inmetro. Essa etiqueta é obrigatória para motores comercializados no Brasil, inclusive para motores recondicionados.
- Sempre que for possível e viável, priorizar motores certificados com o Selo Procel, pois são os mais eficientes do mercado. A lista completa de produtos certificados pode ser encontrada no site do Procel Info5.
- Observar se o rendimento e o fator de potência do modelo escolhido são adequados para cada aplicação do equipamento.
PotencializEE auxilia indústrias no gerenciamento de energia
Considerado o programa de Eficiência Energética mais bem-sucedido no Brasil atualmente pela Agência Internacional de Energia (IEA), o PotencializEE oferece pré-diagnósticos gratuitos em PMEs de São Paulo. No momento da visita, o especialista do SENAI-SP realiza um levantamento prévio da situação estrutural, com recomendações básicas de melhorias e identificação de potencial significativo de economia de energia, o que já é uma medida de melhor gerenciamento de energia de uma indústria.
Depois da análise inicial, o próximo passo é a contratação de um diagnóstico subsidiado mais profundo para a elaboração de um projeto de Eficiência Energética e, finalmente, sua implementação, que pode levar de três a quatro meses.
Participante do PotencializEE, a Jampac teve uma redução expressiva nos custos
de produção de alimentos após a implementação de medidas de Eficiência
Energética, o que foi possível somente depois da análise de dados que direcionaram o melhor uso da energia da fábrica.
“Nosso maior custo de energia elétrica está na geração de frio. Um levantamento dos especialistas do SENAI-SP indicou motores específicos para cada compressor. Depois de uma remodelação de todo parque motriz, tivemos uma redução de aproximadamente R$ 0,02 por quilo de produto produzido”, conta o sócio-administrador Claudio Cesar Pessotto.
Como a implementação de projetos de Eficiência Energética requerem um investimento inicial relativamente alto, o PotencializEE oferece suporte financeiro para Pequenas e Médias Empresas Industriais que se enquadram nos critérios do programa. Até o final da sua atuação no Brasil, o programa quer facilitar acesso de 425 PMEs a financiamentos e realizar mais de mil diagnósticos energéticos subsidiados, além de reduzir as emissões de carbono e uso de energia elétrica nessas indústrias. Interessados podem se inscrever no site da iniciativa.