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Entenda como o gerenciamento de energia pode reduzir custos

Em 13 de fevereiro de 2023, às 15:17

●       Gerenciamento de energia é o processo de controlar, monitorar e otimizar o uso de energia em uma empresa ou edifício.

●       Isso inclui identificar fontes de desperdício de energia, implementar medidas para reduzir o consumo de energia e acompanhar o desempenho para garantir que as metas de economia de energia sejam alcançadas.

●       O objetivo final é aumentar a Eficiência Energética e reduzir os custos de energia.

●       Especialistas do PotencializEE analisam dados e indicam para pequenas e médias indústrias de São Paulo como fazer a melhor gestão de energia em suas instalações. 

Com o aumento gradual e expressivo dos custos com o consumo de energia na produção, o uso eficiente desse insumo se tornou fator decisivo para o desempenho da indústria brasileira. Nesse sentido, o gerenciamento de energia envolve uma análise contínua de dados com o objetivo de determinar a melhor forma de consumo de uma empresa. Entre os benefícios, estão a redução do desperdício de recursos naturais de instalações, além da otimização de processos de produção e economia de custos com energia.

Responsável pelo consumo de 32% da energia produzida no Brasil, a indústria ainda tem um longo caminho a percorrer até ser considerada totalmente eficiente. Em indústrias de grande porte o gerenciamento apropriado de energia já pode ser considerado uma realidade. Por outro lado, o mesmo ainda não acontece com as pequenas e médias indústrias (PMEs).

Foi com o objetivo de estimular a expansão da Eficiência Energética entre as PMEs no estado de São Paulo que foi criado em 2020 o PotencializEE, programa liderado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e coordenado pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ).

O programa realiza diagnósticos nas empresas, conduzidos por especialistas certificados pelo SENAI-SP e com o uso de equipamentos como analisadores de grandezas elétricas, termovisores, analisadores de gases. A partir da aplicação desses recursos tecnológicos, são identificados desperdícios e melhorias que podem ser implementadas em fábricas, resultando em recomendações para um melhor gerenciamento de energia.

A partir da análise dos dados obtidos, é possível entender o comportamento de consumo de cada equipamento, de forma a produzir informações precisas de utilização de recursos naturais, como energia elétrica, gás, vapor e outros.

“Esses equipamentos nos ajudam a identificar onde é preciso fazer melhorias numa indústria. Com o termovisor, por exemplo, conseguimos analisar a perda de calor com o ambiente e identificar problemas de isolamento em câmaras frigoríficas. Todos esses problemas podem resultar em maior consumo de energia”, explica a engenheira elétrica Ana Carolina de Paula Cruz, que trabalha com Eficiência Energética há quatro anos e faz parte da equipe do PotencializEE.

Além de uma análise inicial, oferecida gratuitamente pelo PotencializEE, o trabalho de gerenciamento de energia é desenvolvido com a implementação de sistemas de medição e controle para aumentar a eficiência dos equipamentos a longo prazo. Isso envolve uma análise constante dos níveis de energia e possíveis janelas de aproveitamento de redução de desperdício e otimização.

No final, o diagnóstico energético possibilita o planejamento detalhado de um projeto de Eficiência Energética. Embora os custos de implantação sejam relativamente elevados, o investimento é geralmente compensado em um ano e torna uma empresa mais competitiva, uma vez que os custos de produção caem.

Melhores práticas de consumo de energia na indústria

Nem todas as medidas de economia de energia são elaboradas e podem ser implementadas a curto prazo

Algumas medidas para um melhor consumo de energia numa indústria independem de um grande projeto de Eficiência Energética. Algumas soluções são simples, e vão desde aproveitar mais a luz natural para diminuir o consumo e substituir todas as lâmpadas incandescentes por de LEDs a pintar ambientes de cores mais claras e planejar ambientes com ventilação natural, para redução de gastos com ar condicionado.

Além disso, para quem quer investir um pouco mais, deve-se considerar, também, o uso de fontes renováveis e alternativas. A instalação de painéis solares, por exemplo, tem crescido a cada ano nos setores privados e públicos, com potencial para se tornar a segunda fonte de energia mais usada no Brasil.

Conheça 10 boas práticas de eficiência energética na indústria

Lançado em outubro pelo PotencializEE, o guia técnico “Eficiência Energética na tomada de decisão” recomenda práticas importantes de consumo de energia nas indústrias:

  1. Sempre fazer a operação correta dos equipamentos e sistemas.
  2. Substituir equipamentos ultrapassados, que consomem um alto nível de Energia, por novos equipamentos com classificação alta em eficiência.
  3. Sincronizar os sistemas de produção evitando operações de equipamentos em vazio e/ou perdas de matéria prima.
  4. Realizar a manutenção periódica de equipamentos e sistemas.
  5. Adotar uma política de gestão de eficiência energética na empresa, que vise recompensar os esforços dos colaboradores no tema.
  6. Aplicar técnicas como Lean Manufacturing, que tenham indicadores claros de redução de consumo de energia.
  7. Considerar seu nível de eficiência, devendo ser pelo menos um modelo IR3.
  8. Só adquirir motores que tenham a etiqueta do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), coordenado pelo Inmetro. Essa etiqueta é obrigatória para motores comercializados no Brasil, inclusive para motores recondicionados.
  9. Sempre que for possível e viável, priorizar motores certificados com o Selo Procel, pois são os mais eficientes do mercado. A lista completa de produtos certificados pode ser encontrada no site do Procel Info5.
  10. Observar se o rendimento e o fator de potência do modelo escolhido são adequados para cada aplicação do equipamento.

PotencializEE auxilia indústrias no gerenciamento de energia

Considerado o programa de Eficiência Energética mais bem-sucedido no Brasil atualmente pela Agência Internacional de Energia (IEA), o PotencializEE oferece pré-diagnósticos gratuitos em PMEs de São Paulo. No momento da visita, o especialista do SENAI-SP realiza um levantamento prévio da situação estrutural, com recomendações básicas de melhorias e identificação de potencial significativo de economia de energia, o que já é uma medida de melhor gerenciamento de energia de uma indústria.

Depois da análise inicial, o próximo passo é a contratação de um diagnóstico subsidiado mais profundo para a elaboração de um projeto de Eficiência Energética e, finalmente, sua implementação, que pode levar de três a quatro meses.

Participante do PotencializEE, a Jampac teve uma redução expressiva nos custos
de produção de alimentos após a implementação de medidas de Eficiência
Energética, o que foi possível somente depois da análise de dados que direcionaram o melhor uso da energia da fábrica.

“Nosso maior custo de energia elétrica está na geração de frio. Um levantamento dos especialistas do SENAI-SP indicou motores específicos para cada compressor. Depois de uma remodelação de todo parque motriz, tivemos uma redução de aproximadamente R$ 0,02 por quilo de produto produzido”, conta o sócio-administrador Claudio Cesar Pessotto.

Como a implementação de projetos de Eficiência Energética requerem um investimento inicial relativamente alto, o PotencializEE oferece suporte financeiro para Pequenas e Médias Empresas Industriais que se enquadram nos critérios do programa. Até o final da sua atuação no Brasil, o programa quer facilitar acesso de 425 PMEs a financiamentos e realizar mais de mil diagnósticos energéticos subsidiados, além de reduzir as emissões de carbono e uso de energia elétrica nessas indústrias. Interessados podem se inscrever no site da iniciativa.

Fonte: Programa PotencializEE