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Inovação Industrial: o que é e qual a relação com Eficiência Energética

Em 21 de março de 2023, às 14:17

PotencializEE incentiva a eficiência energética por meio da inovação industrial de Pequenas e Médias Indústrias de São Paulo

Inovação Industrial: necessidade do mercado
  • Inovação Industrial é a substituição ou renovação de equipamentos industriais a fim de melhorar os processos produtivos
  • Inovação Industrial e Eficiência Energética são complementares e proporcionam redução de custos de energia sem afetar a produtividade

Para a indústria, a inovação é o que faz as empresas terem maior competitividade no mercado, proporcionando a ampliação da produtividade reduzindo os custos de produção, principalmente de energia e recursos naturais. 

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a inovação industrial pode ser definida como “um produto ou processo, novo ou aprimorado, que difere significativamente daquilo já feito pela empresa e que tenha sido implementado”.

Existem quatro processos de inovação na indústria: inovação organizacional, inovação de produtos e serviços, inovação estratégica e inovação de processos. Enquanto os três primeiros estão mais ligados à cultura empresarial, o último tem como foco tornar as atividades industriais mais eficientes através do uso de novos equipamentos, recursos, habilidades ou tecnologias.

Apesar do grande potencial de competitividade no mercado internacional, a indústria brasileira ainda está longe de ser referência em inovação. Segundo a Pesquisa de Inovação (Pintec) do IBGE, apenas 33,9% das empresas industriais realizaram algum tipo de inovação entre 2015 e 2017. 

A maioria dessas indústrias, concentradas no Estado de São Paulo, principal pólo industrial do Brasil, são Pequenas e Médias Indústrias (PMEs) que não encontram fácil acesso  aos recursos direcionados exclusivamente para inovação. As PMEs são as protagonistas do PotencializEE e podem ter acesso a financiamentos em tecnologia de eficiência energética, sendo ofertados subsídios para financiar a troca de equipamentos que tornam a indústria mais eficiente energeticamente.

Inovação Industrial e Eficiência Energética são complementares

Inovação Industrial e Eficiência Energética andam juntas. A substituição e manutenção de equipamentos é uma das principais medidas de um plano de implementação de eficiência energética.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que o potencial de eficiência energética nas indústrias é de, em média, 10,9%, com 11,1% no consumo energético térmico e 9,8% em eletricidade. Os setores com maior potencial de eficiência energética e, consequentemente, inovação industrial, são cerâmica, setor químico e alimentos e bebidas.

A cada ano surgem novas tecnologias que ajudam a melhorar o desempenho energético das empresas e devem se tornar referência para indústrias que desejam ser mais competitivas. Para essa análise, os profissionais que avaliam o desempenho e produtividade nos pólos de distribuição de atendimento organizados pelo SENAI, através dos especialistas em eficiência energética do PotencializEE.

Equipamentos industriais: potencial de eficiência
A substituição ou manutenção dos equipamentos de uma indústria, como redutores, motoredutores e outros, é parte crucial do processo de inovação industrial. Resultados satisfatórios de eficiência energética apenas são possíveis com um maquinário que não desperdice e nem consuma muita energia – o que significa que aparelhos ultrapassados devem ser substituídos ou reparados.

Apesar do alto custo de implementação, o investimento em novos equipamentos para fins de melhor desempenho energético costuma ser compensado em até um ano, como mostram os casos de sucesso do PotencializEE.

Veja a seguir alguns dos equipamentos industriais, listados pela Nepin, mais importantes e como eles podem ser mais eficientes: 

Compressores de ar
Essenciais em diversos processos industriais, os compressores de ar são responsáveis por produzir gás comprimido. É comum encontra-los em fábricas que não passam por renovação há muitos anos, fazendo com que o sistema de compressão de ar apresente vazamentos e resulte num consumo maior de energia para a produção do gás, sobrecarregando o maquinário. A troca ou manutenção dos compressores no período indicado por um especialista não somente evita o desperdício como também poupa energia, uma vez que os novos compressores de ar utilizam menos eletricidade e aumentam a pressão do ar.

Detector de vazamento ultrassônico permite identificar vazamentos de ar comprimido

Com o detector de vazamento ultrassônico, os especialistas do PotencializEE conseguem identificar o vazamento de ar comprimido nas instalações. A câmera e os fones de ouvido de amplificação especiais permitem que os profissionais calculem o valor de quanto se perde com o desperdício do ar comprimido e quais ações – geralmente rápidas e baratas – podem ser tomadas para corrigir o problema.

Inversores de frequência
Conhecidos por serem dispositivos de controle da velocidade de motores elétricos, os  inversores de frequência eficientes podem gerar uma economia de energia de até 35%. Considerados uma das tecnologias de automação mais eficientes, os inversores de frequência permitem o ajuste de energia de um motor de acordo com a necessidade.  

Os especialistas do PotencializEE utilizam um analisador de grandezas elétricas para verificar se há necessidade do auxílio de um inversor de frequência para que sejam coletados dados de consumo e qualidade de energia de uma determinada máquina. Compatível com diversos sistemas, a ferramenta precisa fazer a medição por pelo menos uma semana, considerando sua memória de massa.

A partir da análise dos resultados da coleta de informações, os especialistas são capazes de identificar onde serão feitas as trocas de equipamentos – substituindo por tecnologias mais modernas e econômicas – ou se é preciso fazer a adoção de processos de automação, como a proporcionada pelo inversor de frequência.

Analisador de grandezas elétricas pode chegar a R$ 100 mil

Motores elétricos

Os motores elétricos convertem mais eficientemente a energia elétrica em mecânica e, por isso, são indispensáveis em projetos de eficiência energética. Além de seu uso refletir imediatamente nos custos de energia, os motores elétricos eficientes também emitem menos CO2, colaborando com a proteção do meio ambiente.

Especialistas do PotencializEE também usam o analisador de grandezas em motores para coletar dados de consumo e qualidade de energia, podendo comprovar se as máquinas precisam de algum reparo ou substituição ou se estão funcionando de acordo com seu potencial.

Controladores de temperatura

O controle de temperatura – seja para aquecimento ou resfriamento – em fábricas pode gerar uma grande economia de energia elétrica e de recursos naturais usados para seu funcionamento, como gás. A regulação pode acontecer por meio do monitoramento do tempo de funcionamento de uma máquina ou através da instalação de sensores inteligentes que identificam e mudam a temperatura automaticamente de acordo com a necessidade.

Para identificar problemas de resfriamento ou superaquecimento, os especialistas do PotencializEE utilizam o termovisor, aparelho que torna possível identificar pontos de perda de calor, gerados a partir de problemas de isolamento ou fluxos de corrente elétrica que, quando irregulares por fatores como mau contato, geram aquecimento. A identificação dessas irregularidades permite a manutenção das instalações e a garantia de segurança para os funcionários das fábricas, principalmente os que trabalham com a parte elétrica.

Termovisor é utilizado para análise elétrica e térmica

Sistemas de recuperação de calor

Como o próprio nome anuncia, os sistemas de recuperação de calor reutilizam o calor gerado em processos industriais como, por exemplo, a geração de ar comprimido. O calor gerado nesses processos pode ser redirecionado para outras máquinas que precisam de aquecimento para rodar, dispensando o uso excedente de energia e poupando máquinas do desgaste, podendo aumentar sua vida útil e sua eficiência energética.

Além de uma grande economia financeira, sistemas de recuperação de calor ajudam na redução de emissões de gases de efeito estufa por evitarem um reaquecimento do zero. Em um diagnóstico de eficiência energética, os técnicos do PotencializEE conseguem apontar onde é possível instalar sistemas de recuperação de calor em uma indústria, a fim de reutilizar a energia da melhor maneira possível.

Energia renovável como aliada

Além da utilização dos equipamentos mais eficientes, outro fator importante para a inovação industrial é o uso de fontes renováveis. Quando combinada com essas alternativas, a eficiência energética se torna ainda mais consistente e a economia de energia aumenta. Para um resultado mais satisfatório, o plano de eficiência energética é implementado primeiro e, em seguida, a energia renovável é integrada.

No Brasil, o potencial de energia renovável vem aumentando mais a cada ano – abrindo os olhos de pequenas e médias indústrias. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a energia eólica chegou a 15 mil MW de potência instalada em abril de 2020, enquanto a geração distribuída fotovoltaica alcançou os 3 GW no mês de junho de 2022, totalizando uma taxa média de crescimento de 230% ao ano no país desde 2013.

Cases de sucesso do PotencializEE: combinação de inovação industrial com eficiência energética

Até o final de 2022, o PotencializEE contabilizou mais de 800 pequenas e médias indústrias no estado de São Paulo inscritas no programa, que foi iniciado em 2021.

Dentre as indústrias cadastradas, 165 já estão recebendo o apoio técnico na etapa do diagnóstico energético com o objetivo de preparar a implementação de projetos de eficiência energética combinados com inovação industrial. Dessas empresas, 25% são da área de metalurgia e produtos metálicos, 17% de alimentos e bebidas, 12% de plástico e borracha, além de 10% de máquinas e equipamentos e também de automóveis e peças. Há, ainda, empresas dos setores têxtil, química e farmacêutica, cerâmica e vidro, eletroeletrônicos, gráfica, minerais não metálicos e papel e celulose.

Com meta de atender 1 mil empresas até 2024 com diagnósticos e implementar 425 projetos de eficiência energética, o PotencializEE já possui cases de sucesso que uniram a inovação industrial com a eficiência energética sendo compartilhados com os empresários que ainda não conhecem a iniciativa. 

Produtora de alimentos de Itatiba, a Jampac notou uma redução considerável nos custos de produção com a queda imediata do consumo de energia após a implementação de equipamentos mais modernos em sua fábrica, seguindo as sugestões dos especialistas certificados pelo SENAI-SP.

“Nosso maior custo de energia elétrica está na geração de frio. Um levantamento dos especialistas do SENAI-SP indicou motores específicos para cada compressor. Depois de uma remodelação de todo parque motriz, tivemos uma redução de aproximadamente R$ 2 centavos por quilo de produto produzido”, explica o sócio administrador Claudio Cesar Pessotto.

Com o suporte da equipe técnica do PotencializEE, Claudio aprendeu a importância da inovação industrial e como a substituição de equipamentos por novas tecnologias pode elevar a competitividade de uma indústria, como aconteceu com a Jampac:

“À primeira vista você pensa que são tecnologias que não têm nada a ver com produção de alimentos, mas depois (os especialistas) nos mostraram como usar esses novos equipamentos para nos trazer recursos diferentes. Isso tem sido fantástico e feito um grande diferencial para nossos profissionais técnicos”.

Localizada em Diadema, a Continental Parafusos também teve uma experiência positiva por meio do PotencializEE e da inovação industrial proporcionada pela iniciativa. Uma das primeiras medidas tomadas em suas instalações, por exemplo, foi a troca de lâmpadas de vapor de soja por lâmpadas de LED, resultando numa melhora imediata na qualidade de trabalho dos funcionários da fabricante de porcas e parafusos. 

“Com a troca nas áreas de produção e administrativas, vimos em poucos meses o retorno do investimento e a melhora no ambiente de trabalho”, detalhou a gestora de qualidade e meio ambiente Ana Jéssica Brito: “Esses processos proporcionaram uma mudança de mentalidade na nossa empresa, indo além da busca de ganhos financeiros.”

Especializada em usinagem no mercado de peças, a Lopsa também estava em busca de inovação industrial quando se inscreveu no PotencializEE. Os resultados do mapeamento de processos produtivos e identificação de desperdício de energia no ar comprimido, na iluminação e nos motores pesados, entretanto, superaram suas expectativas, conseguindo mais do que uma economia massiva de energia.

“O benefício não é só econômico, mas também para a sociedade. A gente está cuidando desse jardim para deixar para as gerações futuras um planeta mais sustentável”, afirmou o superintendente de operação João Paulo Aparício: “Eu faria (a implementação da EE e inovação industrial) novamente e recomendaria para toda a cadeia (produtiva)”.

Com foco em PMEs de 11 segmentos de mercado, o PotencializEE tem como objetivo economizar 7.267 GWh de energia e reduzir a emissão de 1,1 milhão de toneladas de CO₂ equivalentes até 2024.

Para participar do programa, as indústrias interessadas devem se inscrever no site e marcar uma visita gratuita com um especialista para a realização do pré-diagnóstico, onde o potencial de economia de energia da instalação será calculado.

Fonte: Programa PotencializEE

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